terça-feira, 10 de março de 2015

Jornal americano destaca violência no Pará.

Terça-feira, 10 de março de 2015

A violência que assola a capital paraense agora é destaque também na imprensa internacional.
No sábado, dia 7 de março, o jornal norte-americano Washington Post, em sua versão online, publicou uma reportagem intitulada - em tradução livre - “Relatório diz que polícia auxiliou em assassinatos por vingança em cidade brasileira”, assinada pelo jornalista Dom Phillips, repórter correspondente da publicação no Rio de Janeiro, e que esteve em Belém, no bairro da Terra Firme, entrevistando pessoas próximas das vítimas da “chacina de Belém”, ocorrida entre os dias 4 e 5 de novembro do ano passado.
ONZE ASSASSINATOS
No texto, repleto de depoimentos anônimos de amigos e familiares dos assassinados, Phillips cita o assassinato do cabo Antônio Figueiredo, o “Pet”, como o pontapé para o total de onze assassinatos registrados em menos de 24 horas em vários bairros de Belém, bem como o fato de o policial ser envolvido em grupos de extermínio, de acordo com o relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito da Assembleia Legislativa do Estado do Pará que investigou a atuação de milícias em Belém e no interior, investigação essa concluída no final de janeiro.
É como uma novela tropical de James Ellroy [escritor norte-americano].
Milícias oferecem serviços de segurança privados para o comércio local, incluindo a contratação de assassinatos e a execução de criminosos conhecidos, e no [bairro do] Guamá, também focavam no controle do tráfico de drogas (...) Todo mundo aqui agora sabe o que a palavra ‘milícia’ significa”, elucidam alguns dos trechos da reportagem, também em tradução livre.
A frase ‘bandido bom é bandido morto’ é usada com frequência no Brasil para justificar assassinatos cometidos por policiais reforça a matéria, contando ainda com um depoimento do secretário de Estado de Segurança Pública e Defesa Social, General Jeannot Jansen, que não confirma a existência de milícias no Estado, mas não nega que haja indícios de que elas existam.
LADO POSITIVO
A presidente da Comissão de Direitos Humanos pela Ordem dos Advogados do Brasil Seção Pará, Luana Thomaz, enxerga um lado ‘positivo’ na repercussão da má imagem de Belém fora do Brasil.
É importante porque mobiliza esforços para enfrentar o problema, que é difícil, complexo e que conta com o apoio da sociedade e com a conivência de várias instituições.
É importante que não se tente tapar o sol com a peneira.
Esperamos que isso atinja o Governo do Estado de modo a fortalecê-lo para enfrentar esse problema.
As ações nesse sentido ainda são muito pontuais analisa a advogada.
Já o líder do PMDB na AL - maior bancada da casa, e de oposição deputado Iran Lima, lamenta não só a reverberação do caos na Segurança Pública em Belém e no Pará na imprensa internacional como lembra que, até hoje, o Governo do Estado não deu respostas à população sobre o que de fato aconteceu em novembro passado e como onze pessoas acabaram mortas.
É uma pena ver Belém, o Pará, divulgado dessa forma para fora do Brasil, mostrando o quanto a crise está instalada em nossa Segurança Pública, é um prejuízo irreparável para a nossa imagem, sem contar no dano que isso causa ao Pará em termos de competitividade de mercado e no risco de isso afastar novos investimentos justifica o parlamentar.
SEGREDO DE JUSTIÇA
Em nota, a assessoria de imprensa da Polícia Civil informou que “as investigações sobre as mortes registradas da noite de 4 para a madrugada de 5 de novembro do ano passado estão avançadas.
Ainda não é possível repassar detalhes sobre o trabalho policial, tendo em vista que o inquérito está sob segredo de Justiça.
As investigações contam com uma equipe formada por seis delegados da Polícia Civil sob coordenação da Divisão de Homicídios”.


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